quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Curitiba, 21/11/2010

Com a sensação de ser um veterano, acordo sem despertador para a minha segunda maratona. Já ter vivido uma anteriormente faz toda diferença, tira parte da ansiedade e traz uma outra totalmente diferente. O medo não é do desconhecido, é do conhecido e já uma vez vencido.
Café forte, pão, pouco requeijão. Água. Conferir boné, fones, tocador mp3, jujuba de reposição de carbohidrato, relógio GPS, frequencímetro. Foi tudo meio em cima da hora, conferido só uma vez; conclusão: GPS desregulado, tive que desligar minutos após a largada. Resolvi ir na "emoção".
Foi "emocionante!" Tudo deu errado...
Fiz as duas primeiras horas em torno de 9,5km/h, 6min18seg por km, quarenta segundos mais rápido do que o planejado. E isso num trajeto de ladeiras! Na terceira hora, início da segunda metade da prova, começou a chegar a conta dos longas que não fiz, da musculação que parei de fazer, do ritmo muito puxado no início da prova e só consegui correr pouco mais que 7 km , chegando ao km 26 às 10:00 da manhã, com 3 horas de prova. O sol estava a pino, o dia abafado, as panturrilhas queimavam nas subidas e as coxas nas descidas. Ficava esperando pelos postos de hidratação para dar uma caminhada e descansar enquanto bebia água. No km 28 com 2/3 de prova cumpridos aconteceu o colapso muscular total. Era impossível trotar mais que 100, 150 metros, se insistisse em correr seriam cãimbras generalizadas e abandono da prova. Fiz umas contas rápidas e ainda tinha 2h45min de prova para cumprir 14 km e não estava difícil andar. Fui em frente, ainda com esperança de conseguir alguma recuperação miraculosa ao ponto de voltar a correr. Mas o milagre seria completar os 42km. Com quase cinco horas e meia de prova entro de volta na avenida de largada. Perto da chegada busquei forças para o já tradicional sprint e cheguei feliz de ter me tornado um maratonista veterano...