domingo, 25 de julho de 2010

O dia seguinte - Pessoas

Pessoas, ah, as pessoas!
Seria para mim impossível lembrar de todas as pessoas que me incentivaram nessa mudança de vida, que participaram de suas etapas, que vibraram com minhas pequenas conquistas, que vieram me parabenizar pelo alcançar de objetivos. Agradeço aqui a todos vocês. Corri a maratona sozinho, mas sem o apoio das pessoas à minha volta isso não teria acontecido.
Logo ao receber a medalha por ter completado a prova resolvi que iria usá-la por uma semana. E assim o fiz. Durante toda a semana usei a medalha para todos os lugares que fui: comprar pão, supermercado, hospital, consultório até no centro cirúrgico usei(debaixo da roupa). Foi confortante receber palavras de carinho de desconhecidos, que pela medalha reconheciam o esforço que foi necessário para obtê-la.
A todo momento lembro de uma palavra dita, um gesto, um olhar sem censura, de consolo para um gordo estafado, doados por tantas pessoas diferentes e que foram os alicerces sobre os quais construí a minha mudança na vida. Agradeço e tento multiplicar o que recebi. Como diz o poeta/profeta que não era nem uma coisa nem outra, "gentileza gera gentileza".

O dia seguinte - atividades

É, o derramamento de endorfina acaba...
No dia da prova fui almoçar na casa de um amigo de infância, cobertura de dois andares com a comida maravilhosa estilo Tex-Mex no andar debaixo e os homens no andar de cima. Rastejei várias vezes entre os andares, movido a uma mistura de tequila com resquícios de endorfina, batendo dois pratos gigantescos com a consciência de gordo(agora magro) tranquila, afinal o gps acusava um gasto calórico de quase 4000 calorias durante a prova! Qualquer passo implicava numa queimação nas coxas, mais intensa se isso envolvia descer algum degrau.
Na segunda-feira a diferença era pequena. Fiquei feliz de ter tido o bom senso de desmarcar o consultório, não marcar cirurgias e não marcar pacientes no ambulatório, para tirar o dia para o descanso. Na terça-feira a noite fui para esteira. Ainda estava com as coxas queimando ao subir ou descer escada, mas achei que devia correr um pouco. Corri 3 km bem lento, solto, a uns 8,2km/h e andei outros 500 m. A dor era ainda bem intensa, mas me senti bem após a atividade. Na quarta-feira fui à natação com a ideia de fazer metade da aula. Porém me senti tão bem que nadei os 2000m habituais sem a menor dificuldade. Na sexta-feira corri 8km na esteira, os primeiros 5km em 31min!!! É nítido o meu melhor preparo, como estou conseguindo correr mais rápido sem aumentar tanto a frequência cardíaca.
Fui hoje treinar na Lagoa. Corri 15 km ( duas voltas) e fiz num ritmo de 6min e 37 seg por km!!!!! Para mim isso é fenomenal! Há 4 meses (em março) na primeira vez em que fiz essa distância o meu ritmo foi 7min e 56 seg por km. É tão legal poder medir o quanto a gente melhora!
A meta imediata é manter preparo para a meia internacional em 22 de agosto. Depois vou tentar aumentar a velocidade treinando para 10km.

terça-feira, 20 de julho de 2010

free counters

Completei!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



Há um ano disse a mim mesmo que faria isso. No início não acreditava muito. Resolvi contar para todo mundo, para tornar público meu compromisso. Tomei gosto pela coisa. Consegui uma lesão por excesso de treinamento. Retomei mais criterioso e firme de objetivo e propósito. E consegui.
Acordei às 04:15 da manhã e tomei o café da manhã de sempre: duas fatias de torrada, café e coalhada. Às 05:15 estava pegando o ônibus para o Recreio. O motorista não sabia o caminho e do Alvorada em diante tive que ir ensinando o caminho. Sentei ao lado de um cara de Brasília e atrás de dois baianos. Éramos poucos os cariocas dentro desse ônibus.
Chegando no Recreio fazia um friozinho, não chegava a incomodar mas estava frio. Fiquei sentado num meio-fio observando a variedade de pessoas que se preparava para a largada, cada um com o seu ritual. Depois de um tempo o Flávio me achou. Ficamos um tempo juntos e nos separamos para a largada. Ainda encontrei o Haroldo que largou alguns metros a minha frente. Nesse momento já não estava nervoso, ansioso ou tenso. Estava absolutamente tranquilo, como sempre fiquei em qualquer tipo de prova. A preparação acabou, de uma forma ou de outra estava pronto, só restava fazer a prova. E passou rápido! Largamos! De cara um "aquecimento" de 3 km dando a volta até a Macumba e passando de novo pela largada. Recreio, Reserva e Barra, primeira metade da prova. Fiquei tão preocupado com a hidratação antes da prova que tive que fazer "pipi" stop nos km 5, 10 e 15! Depois disso acho que houve um equilíbrio entre o que perdi no suor e o que bebi e não precisei de mais nenhuma parada. Na Barra uma grande alegria, encontrar o Paulo José junto com o seu pai, acho que lá pelo km 16, 17. Parecia que estava começando a correr aquela hora! Nesse trecho havia algumas poças d'água no asfalto e corri por vários trechos na ciclovia. Foi o único momento em que choveu uma garoa fina, mas que não incomodou quase nada. Nesse aspecto o clima foi muito amigo, nublado e sem sol durante toda a prova, só um vento leste contra atrapalhou um pouco.
A subida do elevado do Joá foi bem mais tranquila do que pensava. O km 22 ficava no início da subida e precisei encurtar a passada menos do que imaginava. Nessa hora meus olhos se encheram de lágrimas, foi o momento em que tive a sensação real que terminaria a prova. O visual depois do túnel associado a suave descida tornam esse trecho uma delícia!
Em São conrado já estava incomodado com os quadris. É curioso como nos longas em mim o que "chia" mais é o quadril e não o joelho. Um pouco antes da subida da Niemeier, uma grande surpresa: Wanda, Zé e Luli fazendo a maior algazarra com a minha passagem! Foi um ânimo extra para encarar aquela subida! Passei muitos que passaram a andar. Reduzi o ritmo, mas continuei correndo provavelmente a uns 7,5 km/h. A chegada no Leblon era muito esperada e temida. Desde o início dos treinos preparava a cabeça para esse momento, foi como se já tivesse passado por aquilo antes. No km 32 a coxa esquerda ameaçou endurecer, reduzi um pouco mais a velocidade e continuei correndo. Minha irmã Fernanda estaria logo a frente e quis me recuperar para passar correndo por ela. Estavam ela e a Carol(afilhada) e fizeram a maior festa com inclusive um pequeno cartaz "lindo, lindo, lindo". Foi lindo! Um domingo nublado, muita gente andando na pista, umas poucas pessoas incentivando os loucos que estavam há 4 horas correndo. Na minha fantasia imaginava a pista cercada de pessoas aplaudindo... em toda a orla do leblon a copacabana, excetuando a família, umas 5 ou 6 pessoas deram força. Na Francisco Otaviano estavam todos eles: Mamãe, Chris, Alice, João Pedro e Raimunda. Foi uma injeção extra de ânimo, na hora em que precisava. Consegui seguir correndo lento em copacabana, sentindo uma dor "desviada" leve a direita. Na esquina com a Princesa Isabel, Flávia e Leonel aguardavam a minha passagem, incentivadores da primeira hora. O Leonel fez questão de correr ao meu lado por um quilômetro, até o 39. Parte corremos, parte andamos. Minhas pernas ameaçavam o colapso total, ambas as coxas endureciam quando corria, quase em cãimbras, obrigando-me a andar esses últimos quilômetros. Corri alguns pequenos trechos e quase na chegada encontrei com o Alexandre. Quando faltavam pouco mais que 100 metros, dei uma disparada final e terminei num sprint violento, feliz e satisfeito, exultante de ter conseguido fazer o impossível.
Como dizia o Regudo, "a banana engoliu o macaco..."

sábado, 17 de julho de 2010

É amanhã

Chegou o dia. Há exatamente um ano fazia matrícula na academia. Amanhã faz um ano que acordei ainda escuro e sem pensar muito fui para musculação e esteira, 20 minutos bufando a 5,5km/h e quase morrendo quando tentei correr a uns 10km/h por quase um minuto. Desde aquele dia o sonho era conseguir saúde, perda de peso e completar a Maratona do Rio de 2010. Imaginava - antes de tentar correr pela primeira vez - que seria possível atingir a meta e ainda com o tempo em torno de quatro horas. Logo vi que completar os 42km era algo especial. Completar é o objetivo, o tempo é consequência do treinamento, da genética, da motivação do dia, de inúmeros fatores. De todo jeito, a alma da maratona é a jornada. Não vejo a hora de ir deitar, acordar e correr a prova, mas o prazer que tive para chegar até aqui foi inigualável!
Tudo está pronto, Número na camisa, chip no cadarço do pé esquerdo, tudo separado. Boa prova a todos!